- o nome da cidade em basco, Iruña/Iruñea;
- a sinalização bilingue em espanhol e euskera;
- festas populares, gastronomia e tradições compartilhadas com o chamado País Basco “clássico” (as províncias de Biscaia, Guipúscoa e Álava).
Blog do Lullão
quarta-feira, 30 de julho de 2025
.:. Pamplona, Espanha .:.
terça-feira, 29 de julho de 2025
.:. Caminho de Santiago de Compostela, o retorno .:.
Nestas férias "resolvi resolver" uma problema que tinha desde 2019 com "El Camino de Santiago de Compostela"!
Em 2019 fiz de bike o Caminho completo, porém quebrei feio logo no 1º dia:
Saindo de Saint-Jean-Pied-de-Port sentido Roncesvalle os 7 primeiros quilômetros são bem pesados em termos altimetria, principalmente para quem não está preparado fisicamente e ainda bebeu "um pouco" no dia anterior, então qual o resultado?
Cãibras infinitas nas duas pernas e praticamente empurrando a bike pesada com 2 alforges lotados de tranqueiras desnecessárias, muito frio (foi no começo de maio), eu sem roupa adequada, nem luva eu tinha... o relato desse perrengue está neste link:
https://www.lullao.com/2020/11/saida-de-saint-jean-rumo-roncesvalles.html
Foi ruim mesmo e prometi para mim mesmo que nunca mais passaria por isso, que ia treinar e que um dia voltaria para fazer novamente pelo menos este trajeto de Saint-Jean a Roncesvalles ... e eis que este dia chegou, aproveitando esta viagem para fazer o L'Etape resolvi encaixar no roteiro esta "DR com os Pirineus".
Agora em 2025, devidamente treinado e sem beber uma gota de álcool no dia anterior resolvi fazer novamente este percurso e além disso adicionar num único dia o que seria o 2º dia do trajeto de 2019, ou seja, Saint-Jean-Pied-de-Port (França) até Pamplona (Espanha): 75 km, com 2.100m de subida acumulada.
sexta-feira, 25 de julho de 2025
.:. Barcelona, Espanha .:.
Estivemos em Barcelona nesta viagem em julho de 2025, linda cidade! ... Tirando a parte antiga, o bairro Gótico, me lembrou muito minha linda Buenos Aires, principalmente por seus tipos de prédios, calçadas, cafés, livrarias ...
Barcelona é daquelas cidades que você reconhece na primeira esquina e, mesmo assim, passa a viagem inteira se surpreendendo. Mar, história, prédios elegantes, roupas penduradas nas varandas, cafés em cada esquina e um movimento constante de gente. Caminhar por lá é como folhear um álbum de fotos onde cada página tem um detalhe novo para prestar atenção.
O Bairro Gótico é o coração antigo: ruas estreitas, pedras desgastadas pelos séculos e varandas de ferro que parecem ter ouvido histórias demais para caber num livro só. É o tipo de lugar onde você vira uma esquina e dá de cara com uma praça pequena, uma fonte, uma igreja e um café com meia dúzia de mesas – e pronto, acabou de encontrar seu canto preferido na cidade.
Logo ao lado, a energia de Las Ramblas toma conta. Ali é barulho, cores, línguas do mundo todo, floriculturas, artistas de rua, vendedores de tudo. Turístico? Muito. Mas também vivo, pulsante. É quase um corredor que liga o porto ao centro histórico, e você, no meio disso tudo, observando a coreografia urbana acontecer.
E então vem ela, a estrela que dispensa apresentações: a Sagrada Família. Não é uma igreja, é um organismo vivo de pedra, luz e vitrais. Por fora, cada fachada conta uma história; por dentro, as colunas se abrem como um bosque de árvores coloridas pela luz que entra pelos vitrais. Mesmo quem não é religioso sente que ali dentro acontece algo diferente: silêncio, respeito e um certo espanto infantil com o que a mente humana é capaz de criar.
Mas Barcelona não é só Gaudí. Ela é também os bares de tapas escondidos em vielas, onde você pede um vermut da casa e recebe, de brinde, uma pequena aula de estilo de vida mediterrâneo. É o mercado da Boqueria, com frutas que parecem exageradas de tão coloridas, jamón pendurado e barraquinhas onde você senta no balcão e come o melhor que encontrar na frente. É o pôr do sol visto de Montjuïc ou de algum rooftop, quando a cidade ganha aquele tom dourado que deixa tudo mais fotogênico do que deveria.
Se você já esteve em Buenos Aires, vai sentir um déjà-vu curioso. As duas são cidades de esquina, de cafés, de gente que senta para conversar sem olhar tanto para o relógio. Barcelona tem avenidas elegantes como a Passeig de Gràcia, com prédios de linhas clássicas e lojas chiques, que lembram o charme da Recoleta. E, assim como Buenos Aires, Barcelona tem aquela mistura de Europa tradicional com uma certa informalidade latina: você pode vestir algo arrumado ou sair de tênis e camiseta, ninguém vai se importar – o importante é estar na rua.
Mas há uma diferença clara: Buenos Aires é mais nostálgica, melancólica, quase literária; Barcelona é mais solar, mais leve, filha do mar. Enquanto a capital argentina tem o tango, o café e a noite comprida, a cidade catalã tem o Mediterrâneo, as praças com crianças brincando e a sensação de que, no dia seguinte, você ainda vai ter muito o que descobrir caminhando.
Outro ponto em comum entre as duas? A relação com a arte e a arquitetura. Buenos Aires se exibe em seus cafés antigos, livrarias e teatros; Barcelona coloca Gaudí na vitrine, mas também guarda o passado romano e medieval em cada pedra do Gótico. Quem gosta de caminhar olhando para cima – observando sacadas, portas, janelas, detalhes – se apaixona pelas duas. A diferença é que, em Barcelona, esses detalhes convivem com o mar a poucos minutos de distância.
Para o viajante que chega pela primeira vez, minha sugestão é simples: não tente “dar conta” de Barcelona. Não transforme a cidade numa checklist de atrações. Escolha um bairro por dia, sente em cafés diferentes, experimente um prato novo, observe as pessoas, entre em igrejas e mercados “sem nome famoso”. O melhor de Barcelona não está só nos cartões-postais, mas no intervalo entre eles.
Use o metrô quando precisar, mas sempre que puder vá a pé. Deixe que as ruas façam o roteiro por você. Se uma viela parece interessante, entre. Se ouvir música ao longe, siga o som. Se ver uma praça com gente sentada nos bancos, pare também. É aí que a cidade mostra quem é de verdade.
Barcelona é, no fundo, um convite: venha com tempo, com curiosidade e com disposição para se perder. Se Buenos Aires é aquele livro denso, cheio de camadas, Barcelona é aquele capítulo luminoso que você relê só para lembrar como é bom estar vivo, caminhando por uma cidade que sabe equilibrar passado e presente com uma elegância quase natural.






















































